Resenha: "Apenas Um Dia" - Gayle Forman

"Tudo pode acontecer em... Apenas um dia."


Imagem do blog Minha Vida Literária


Sinopse: A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida. Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro… Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.







Allyson é uma adolescente que acabou de concluir o ensino médio e, como presente dos pais, também ganhou uma viagem para a Europa - uma espécie de bônus comemorativo antes dela entrar para a faculdade. Assim, juntamente com a sua melhor amiga Melanie e mais uma dezena de jovens, todos sob a supervisão da sra. Foley, ela embarcou no Teen Tours, um roteiro que a fez viajar não só por diversos países do velho continente (isso, por si só, já seria um maravilhoso presente para qualquer garota, certo?), mas, ainda, ao encontro dela mesma.

Bom, não posso deixar de dizer que no que diz respeito ao modus vivendis dessa personagem (ela é do tipo certinha, organizada e avessa a mudanças de rotina), foi quase impossível não recordar do livro "A Verdade Sobre Nós". Explico. Allyson e Madelyn (essa, protagonista do livro de Amanda Grace) são garotas cujas vidas sempre foram traçadas em torno da vontade e dos desejos de outras pessoas, o que, no caso de ambas, representa a vontade dos seus pais. O problema dessa questão, ou a solução, vai saber, se dá quando elas percebem isso, e esse momento chega para Allyson no mesmo instante em que ela conhece Willem.

"Agradeço automaticamente. Mas seu elogio me deixa vazia. Não sei se por essa ser a coisa mais legal que ela consegue pensar sobre mim, ou se por não estar sendo tão boazinha assim naquele momento."

Willem é um holandês apaixonado por Shakespeare, que faz parte de uma cia de teatro de rua chamada Will Guerrilheiro. Diferente de Allyson, ele tem um espírito totalmente livre, e se descreve como alguém que vai para onde o vento o leva. Misterioso. O acaso parece reger sua vida. Apesar dessa disparidade, a afinidade entre Allyson e ele é patente desde o momento em que eles se encontram, quando a Will Guerrilheiro está panfletando a apresentação da peça shakespeariana Noite de Reis; e, talvez por isso, ele não hesita em convidá-la para ir a Paris, ao mesmo tempo em que numa atitude completamente impulsiva ela aceita o seu convite.

"Isso é absoluta loucura. Nem o conheço. Eu poderia ser pega. E quanto de Paris se pode ver em apenas um dia? Poderia sair desastrosamente errado de tantas maneiras. Tudo verdade. Mas nada muda o fato de eu querer ir.
Desta vez, tento algo diferente.
Digo sim."

Um aspecto que eu quase deixo escapar, mas que é importante mencionar antes de pôr o ponto final nessa resenha, é o fato de Willem chamar Allyson de Lulu, fazendo referência a semelhança dela com Louise Brooks, uma atriz americana dos anos 20, estrela do cinema mudo. Allyson absorve esse nome durante boa parte da história, e isso - em parte - explica a forma como ela se comporta durante a sua estadia na capital francesa ao lado de Willem. É como se ao ser chamada de Lulu, ela realmente se sentisse uma nova pessoa, livre, e totalmente diferente da Allyson que passara toda a sua vida presa a experiências que andaram longe de satisfazer o seu coração.

"Lulu, me fez perceber que toda a minha vida eu estive num quartinho, sem janelas nem porta. E eu estava bem. Até feliz. Eu pensei que estivesse. Então alguém apareceu e me mostrou que havia uma porta no quarto. Uma porta que eu nunca vira antes. E ele a abriu para mim. Segurou minha mão enquanto eu a atravessava. E, durante um dia perfeito, fiquei do outro lado. Estava em outro lugar. Era outra pessoa."

Como todos os livros da Gayle Forman, pelo menos os que eu já li e cuja resenhas você encontra aqui e aqui, "Apenas Um Dia" termina de um modo que me deixou louca pra saber a continuação. É. Exatamente. Ele faz parte de uma série que abrange os títulos Apenas Um Dia, Apenas Um Ano e Apenas Uma Noite. Allyson e Willem são personagens cativantes, construidos de um modo que suas emoções, principalmente as dela, cheguem a ser também as do leitor. Daí, foi quase impossível para uma romancemaníaca como eu, não me identificar com ela e torcer por um final feliz, e a única parte chata do livro é que vou ter que esperar para saber o que acontece no Apenas Um Ano.

"Penso em Willem. Penso nele de verdade. O que realmente sei sobre ele? Apenas alguns fatos: a idade, a altura, o peso, a nacionalidade (...) Ele é um viajante. Um itinerante, para ser sincera. O acaso é a força motriz da vida dele. (...) começo a ver as coisas como elas realmente são: Willem me convidou para ir a Paris por um dia. Nunca me prometeu nada mais. (...) Quando sugeri passar mensagens de texto ou um e-mail com a foto de nós dois, ele sabiamente se recusou a me dar seus detalhes de contato. Não que ele tivesse mentido. (...) Em vez de aceitar minha parte e curtir meu dia e seguir em frente, finquei os saltos. Disse a ele que estava apaixonada. Que queria cuidar dele. Implorei por mais um dia, assumi que ele também queria. Mas ele não me respondeu. Ele, de fato, nunca disse sim. Ah, meu Deus! Tudo faz sentido agora. Como eu pude ter sido tão ingênua? Me apaixonar? Em um dia? Foi tudo uma mentira. Tudo uma ilusão."

Para terminar, quero deixar um beijo especial pra Ju, pois foi ela quem me deu esse livro como presente de aniversário. Como eu discordo do Willem que acredita piamente nos acasos, Ju, eu só posso te dizer que você não poderia ter escolhido um romance mais perfeito... "Apenas Um Dia" me chegou no momento exato talvez, ou melhor, certamente para me provar por a + b que "Se o tempo pode ser fluido, algo que seja apenas um dia pode durar para sempre." Obrigada, gêmea!!!

No mais, é isso, gente, vou ficando por aqui, não sem antes, claro, recomendar a leitura e pedir, please, que se vocês se deixarem tocar por Allyson e Willem, passem aqui pra gente conversar sobre, ok? Beijinhos e até a próxima!!!
 


Comentários

  1. Maluu o comentário que escrevi aqui sumiu! Cadê?
    Nem lembro mais o que eu tinha dito mas era algo sobre ter pesquisado e pesquisado um liro para não te dar algo que tivesse continuação e no fim acabar escolhendo um que tem!
    Mas fico feliz que você tenha gostado! Preciso ler ele também!
    Bjossss

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